O Complexo da Tosse dos Canis é uma coleção de doenças do trato respiratório canino altamente contagiosas, caracterizada por tosse curta e repetida, que pode durar de vários dias a algumas semanas. Podem ser causadas por microorganismos como a Bordetella brochisseptica, o Vírus da Parainfluenza canina, o Adenovírus canino do tipo 1 e 2, o Herpesvírus canino, entre outros. A transmissão ocorre por aerossóis (gotículas suspensas no ar), tornando-se frequente em locais onde se abrigam grandes quantidades de cães (exposições, abrigos para animais, lojas, hospitais veterinários e instalações de pesquisa). Os agentes também podem ser transmitidos por fômites (gaiolas, comedouros, bebedouros, funcionários, etc.). O período de incubação é geralmente de 5 a 7 dias, variando entre 3 e 10 dias. Infecções mistas são frequentes e possuem efeitos sinérgicos para o aparecimento dos sintomas clínicos. Alguns animais podem portar esses microorganismos sem apresentar sintomas. Como resultado da infecção, temos uma lesão do epitélio respiratório, inflamação aguda e perda da função dos cílios nas vias aéreas.

Sinais Clínicos
Forma Suave. Forma mais comum, caracteriza-se por tosse seca e repetida, de início agudo. Este sintoma, geralmente, é acompanhado por movimentos de esforço de vômito, geralmente confundidos com engasgo pelo proprietário. A tosse pode ser alta, devido ao inchaço das cordas vocais e pode ser mais evidente em momentos de exercício ou excitação. Tipicamente, o animal permanece alerta, se alimentando e sem sinais de febre. O curso clínico geralmente varia entre 7 e 14 dias.

Forma Severa. Menos comum, geralmente resulta de infecções mistas em cãezinhos não vacinados, especialmente provenientes de ambientes como lojas e abrigos de animais. A broncopneumonia bacteriana complicante parece ser o determinante da severidade. Neste caso, pode-se encontrar tosse produtiva devido à traqueobronquite acrescida de broncopneumonia, pode existir sinais como anorexia, depressão, febre e uma descarga naso-ocular. A forma severa é difícil de distinguir da cinomose e pode ser fatal.

Diagnóstico
Geralmente, o diagnóstico é clínico, baseado nos sintomas e histórico do animal. Hemogramas, radiografias e citologias das vias aéreas geralmente não são dignos de nota, ou revelam achados inespecíficos.

Tratamento
A mesma base de tratamento aplicada para bronquites e pneumonias bacterianas. A forma suave, por muitas vezes ser auto-limitante, não exige terapia específica. Já em casos severos, deve-se combater agressivamente a pneumonia, evitando-se antitussígenos. Quando a tosse persistir por mais de 14 dias, deve-se fazer o acompanhamento, considerando-se outras etiologias.

Prevenção
A vacinação dos animais é a medida mais eficaz de prevenção, além de manter os animais acometidos isolados, para que o risco de contaminação dos demais diminua.